a nova classe média
Aumento da renda do brasileiro cria uma nova classe de consumidores e obriga empresas a se adaptarem à nova demandaa
Em 2010, a Classe C foi responsável por injetar R$ 881,2 bilhões no mercado de consumo. Crédito: Cláudio Gonçalves/Folha Imagem
O mercado de trabalho aquecido ampliou a renda do trabalhador e fez surgir uma sociedade de consumo de massa, com uma nova classe média que consome R$ 881,2 bilhões anuais.
Em 2010, o rendimento médio foi 19% maior do que os R$ 1.252,48 registrados em 2003: R$ 1.490,61, combinado com um maior número de pessoas trabalhando na formalidade.
A nova classe média brasileira é formada por pessoas mais jovens, com um nível de escolaridade maior (e dispostas a aumentá-lo), mais exigente na hora de consumir e decidir onde investir o seu dinheiro e inserida no mercado de trabalho formal.
Para o consultor especializado em consumo das classes C e D, Renato Meirelles, mudou a maneira como este grupo vê o seu papel na sociedade. “A partir do momento que pode escolher qual supermercado vai, começa a entender também o porquê de o voto ser tão importante”, explica. “O fato de o Brasil ser uma democracia de voto obrigatório é o principal avalista que esse movimento do crescimento da classe média veio pra ficar: programas de distribuição de renda dão voto, o aumento do emprego formal dá voto e o processo de expansão de crédito também dá muito voto”, diz.
Na hora das compras, a diferença entre classes diminuiu em termos de qualidade. Na comparação de um carrinho de compras da classe A e um das classes C, D e E, a diversidade de tipos de mercadorias hoje é praticamente igual. Antes, os mais pobres se privavam de toda uma categoria de produtos, como alimentos industrializados, para poder chegar ao final do mês. “A classe C tem acesso aos mesmos produtos, talvez com uma freqüência de compra um pouco menor”, diz. E engana-se quem acredita que o desejo é ser igual à classe A. “Não acham inteligente pagar