a natureza do serviço social
A Gênese do Serviço Social: Duas teses sobre a natureza profissional
As duas teses são radicalmente distintas, no que diz respeito às conclusões adversas que chegam sobre a questão da natureza do Serviço Social, isto é, sua funcionalidade e legitimidade.
Enquanto na primeira tese, a natureza e funcionalidade é obtida através da compreensão do Serviço Social consistindo numa forma de ajuda, na segunda esta compreensão vai além e, é entendida a partir de sua funcionalidade atrelada à ordem burguesa, quando o Estado torna-se responsável pelas mazelas da questão social, usando-se das políticas sociais.
Deste modo, enquanto a primeira aceita e defende a continuidade existente entre Serviço Social atual e formas anteriores de ajuda, filantropia e até caridade; a segunda percebe e defende que houve, de verdade, uma ruptura na essência funcional do Serviço Social. A sensação que fica é que a primeira tese preocupa-se em não perder aquele ‘fio da meada’ que conduziu a atividade dos primeiros agentes até a profissionalização desta atividade, de maneira que é até compreensível, pois é impossível pensar o surgimento de uma profissão praticamente do nada, apenas da vontade de alguns organismos (burguesia/igreja Católica) tendo em vista apenas seus interesses. No entanto, esta tese ‘peca’ quando não incorpora em suas considerações o ‘fervilhar’ da sociedade, isto é, as demandas por ela exigidas e as pressões tipicamente daqueles que precisam e só podem recorrer ao Estado (em primeira instância). A segunda, por sua vez, dá ênfase total a conjuntura da época, como alavanca principal e inicial para a profissionalização do Serviço Social, mas por outro lado, parece esquecer as práticas anteriormente exercidas, como se, num passe de mágica, tudo que se executava fosse esquecido e, sob a tutela da classe burguesa e do Estado, exercia-se uma nova ação, totalmente livre de influências anteriores e embasada em