A Natureza do Serviço Social: um ensaio sobre sua gênese, a “especificidade” e sua reprodução
Carlos Montano é Doutor em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, Rio de Janeiro, 2001). Professor associado e pesquisador da mesma Universidade. Realizou estudos de pós-doutorado no Instituto Superior Miguel Torga (ISMT, Coimbra-Portugal, entre 2009 e 2010). Suas obras entre outras são Terceiro Setor e Questão Social (Cortez, 2001), Estado, classe e movimento social (Cortez, 2010). Também é coordenador da Biblioteca latino-americana de Serviço Social.
Para entendermos o tripé políticas sociais/ gênese do Serviço Social / legitimidade é preciso debater em torno de duas concepções da profissão do assistente social, que teriam repercursões na prática e no contexto histórico abordado aqui por vários autores, considerando a evolução da profissão, práticas, produção teórica, seu instrumental técino-operativo etc em contextos espaços-temporais diferentes. Teses estas contrárias, não excluindo uma da outra, mas sim as debatendo entre si.
Na perspecitva endogenista sustenta a origem do Serviço Social na evolução da organização e profissionalização das formas “anteriores” de ajuda, caridade e filantropia, vinculada à intervenção na “questão social”. As primeiras formas de ajuda encontram-se nas obras de Tomas de Aquino e Vicente de Paula e assim por diante surgem várias outras opiniões de diferentes autores sobre esta perspectiva. Como para Lima, “a gênese do Serviço Social é caracterizada fundamentalmente pela caridade, pela beneficência e filantropia, relacionando essas atitudes dominantes com a era da Idade Média”. E outro autor José Lucena Dantas relaciona a profissão com modelos de intervenção: o assitencial (onde a natureza da práticas vem da idade Média) o de ajustamento (adaptação dos individuos ao Sistema social) e de desenvolvimento e mudança social( eminentemente