A Música em A República de Platão

Apesar de escrita na Grécia Antiga, A República aborda temas atuais, antecipando muitos dos pensamentos modernos, sendo que formou por muito tempo o pensamento europeu e assim foi a base da política e da ética ocidental. Neste trabalho, planejado nas aulas do CSA Avançado sobre A República, dadas pelo professor Robson Araújo, será feita uma pequena análise sobre a discussão sobre a educação feita na obra, tentando entender a relação estabelecida entre a alma e a música, e ainda relacioná-la aos atuais estudos de Musicoterapia, concluindo o trabalho discutindo sobre o que define a qualidade da música.
Em sua obra, Platão constrói um ideal de polis. Para isso, criou pilares para sustentar sua estrutura de ideias: a justiça, a temperança, a coragem e a sabedoria. A polis é composta por aqueles que nela vivem, de forma que estes devem ser educados da melhor forma, afim de erguer tais pilares.
Para Platão,o homem é formado de corpo e alma, sendo que a educação deve atingir estes dois aspectos. Dessa forma, a ginástica deve ser para o corpo e a música para a alma.
A ginástica não só pode demonstrar a preocupação com a simetria; harmonia; equilíbrio, que resumem a busca pela perfeição, como também revela a tradição da guerra. Daí encontramos mais um ponto importante do discurso de Platão: o elogio à tradição. Uma polis ideal provoca em seus cidadãos nacionalismo. Para fortalecer tal orgulho é importante estabelecer tradições, dentre aquelas que não prejudicam a polis. Além disso, a partir dessa tradição, é possível estabelecer uma espécie de conduta, por exemplo através da mitologia, que pode induzir determinada forma de agir.
A beleza e a harmonia se relacionam diretamente com a ideia de perfeição da Grécia Antiga, sendo a última muito trabalhada na República. As duas podem ser trabalhadas, do ponto de vista físico, pela ginástica, aproximando o corpo humano do perfeito; aproximando os homens dos deuses. Além disso, a perfeição era relacionada à beleza, que por sua