A Música como sendo a própria vontade na filosofia de Schopenhauer
O texto de Schopenhauer que será tratado aqui, a Metafísica do Belo, é parte de um conjunto de preleções de aulas lidas em 1820 e apresenta-se de forma mais didática do que no livro terceiro1 da obra magna Schopenhaueriana, lançada dois anos antes, intitulada Die Welt Als Wille und Vorstellung - O Mundo como Vontade e como Representação.
Partindo dos conceitos e da teoria exposta no livro Metafísica do Belo e com apoio de leituras complementares, este trabalho tem por objetivo mostrar a importância da música e evidenciá-la como sendo a própria vontade na tese Schopenhaueriana.
Segundo Barbosa, Metafísica do Belo significa a doutrina da representação na medida em que esta não segue o princípio de razão2, ou seja, é independente dele; uma representação sem o princípio de razão se torna apreensão das ideias3, e estas, aqui são o objeto da arte. A Metafísica do Belo investiga a essência íntima da beleza, tanto de um indivíduo que possui a sensação do belo quanto para um objeto que ocasiona tal sensação.
AS IDEIAS E A VONTADE:
Um dos pontos principais na metafísica de Schopenhauer são as ideias, estas são tratadas desde a antiguidade com Platão e Aristóteles, passam por Kant e chegam à teoria Schopenhaueriana, cito Abbagnano:
Este termo foi empregado com dois significados fundamentais diferentes:
1º como a espécie única intuível numa multiplicidade de objetos; 2º como um objeto qualquer do pensamento humano, ou seja, como representação em geral. No primeiro significado, essa palavra é empregada por Platão e Aristóteles, pelos escolásticos, por Kant e outros. No segundo significado, foi empregada por Descartes, pelos empiristas, por boa parte dos filósofos modernos e é comumente usada nas línguas modernas. (ABBAGNANO, 2007, pg. 524)
Schopenhauer trata das ideias à luz da concepção platônica, para Platão as ideias são o ser das coisas e para o filosofo alemão elas são o ser da