A Música Brasileira Durante a Ditadura Militar
Na década de 60 surge a chamada Música Popular Brasileira (MPB). Novos compositores e intérpretes invadem o cenário musical, apresentando uma alternativa ao estilo criado paralelamente pela Jovem Guarda. Esses artistas queriam cantar a realidade brasileira, as angústias políticas, as transformações sociais, sem romantismo, sem fórmulas. Pretendiam criar e redefinir o modo de fazer música, de forma polêmica, provocadora e engajada. Mas, curiosamente, o sucesso e a consolidação da MPB como música de protesto deveu-se muito mais às restrições da censura que propriamente a sua capacidade de mobilização popular. Os festivais transmitidos pela incipiente televisão foram também decisivos para produzir essa aura de resistência e contestação, adquirindo mais e mais admiradores e sendo um instrumento mais eficiente de conscientização das massas do que o cinema ou o teatro. Músicas como Prá não dizer que não falei de flores,de Geraldo Vandré, Alegria, Alegria, de Caetano Veloso e Apesar de você, de Chico Buarque, transformaram-se na trilha sonora de toda uma geração e, nos dias atuais, quando reproduzidas remontam instantaneamente ao período de opressão vivido no país.
Com a decretação do Ato Institucional nº 5, que revogou as garantias constitucionais dos cidadãos, a MPB ganhou ainda mais destaque, porque muitos artistas foram exilados, alguns presos, algumas músicas foram censuradas e impedidas de participarem dos festivais. Isso também