A musicalidade em Cecília Meireles
Trabalho entregue à professora Márcia Veiga na disciplina Literatura Brasileira I.
UFRJ - Faculdade de Letras A musicalidade em Cecília Meireles
Junto com Vinícius de Moraes, Cecília Meireles completa o grupo dos principais poetas da segunda geração do Modernismo brasileiro, desenvolvendo uma poesia intimista e reflexiva, de profunda sensibilidade feminina. A produção literária de Cecília é bastante ampla. Embora mais conhecida como poetisa, deixou contribuições no domínio do conto, da crônica, da literatura infantil e do folclore. É dela um dos livros mais lidos e apreciados da literatura infantil, Isto ou aquilo, que reúne poemas suaves e musicais sobre os sonhos e as fantasias do imaginário infantil: os jogos, os brinquedos, os animais, as flores, a chuva.
A paixão pelos livros e a leitura norteiam o caminho da jovem Cecília. Aos 16 anos, ela se diploma professora. A vontade e o fascínio pelo "saber" a conduzem, então, para o estudo de outros idiomas e para o Conservatório Nacional de Música, onde tem aulas de canto e violino. Ainda que "fizesse versos" e compusesse cantigas para os seus brinquedos desde a escola primária, é na adolescência que Cecília Meireles começa a "escrever poesias", segundo sua própria definição. Em 1919, aos 18 anos, ela publica seu primeiro livro de poemas: Espectros, iniciando um período de grande produção.
A poesia: o neo-simbolismo
A rigor, Cecília Meireles nunca esteve filiada a nenhum movimento literário. Sua poesia, de modo geral, filia-se às tradições da lírica luso-brasileira. Apesar disso, as publicações iniciais da escritora – Espectros (1919), Nunca mais... e poema dos poemas (1923) e Baladas para El-Rei (1925)- evidenciam certa inclinação pelo simbolismo. Essa tendência é confirmada por sua participação na revista carioca Festa, publicação literária de orientação espiritualista que defendia o universalismo e a preservação de certos