a mulher no mercado de trabalho
A entrada da mulher no mercado de trabalho das cidades começou então no ápice de um processo de desenvolvimento que mudou a economia e a sociedade no Brasil. Nesse processo as mulheres conseguiram disputar ocupações com os homens, dentro de um projeto pessoal que deu qualidade a sua participação, rompendo inclusive tradicionais barreiras de entrada feminina na atividade econômica.
Na década de 80, a estagnação da economia e a alta inflação afetaram as condições de vida da população urbana, atingindo inclusive a classe média brasileira. As mulheres com idades acima de 25 anos, chefes de família ou cônjuges, escolarizadas e pertencentes a famílias com nível de renda não muito baixo, foram as que mais aumentaram de participação no trabalho remunerado (Bruschini e Lombardi, 1996) e as rendas do seu trabalho foram fundamentais para a sustentação da renda familiar. Algumas mulheres casadas começaram a trabalhar por remuneração, mas predominou na elevação da proporção de mulheres cônjuges que trabalham por remuneração, a permanência daquelas que começaram a trabalhar jovens e não se afastaram da atividade econômica com a idade, o casamento e o nascimento dos filhos (Wajmann e Rios Neto, 2000). A continuidade da participação na atividade econômica da mulher após o casamento elevou o número de famílias com mulher na força de trabalho.
A inserção da mulher na atividade econômica continuou nos anos 90. A inflação diminuiu e a liberalização da economia induziu uma reestruturação do aparelho de produção de bens. O