A MULHER NO MERCADO DE TRABALHO
RESUMO
Este artigo analisa as disparidades ocorridas no mercado de trabalho brasileiro, em termos de desigualdade salarial e discriminação entre homens e mulheres a partir dos microdados da PNAD de 1999. Calculamos a taxa de salário por hora trabalhada e os rendimentos médios dos homens e mulheres por setor do mercado de trabalho, faixa etária, escolaridade e região do país; estimamos as equações de participação e salário; por fim aplicamos o procedimento de Oaxaca para mensurar o grau de discriminação. Constatamos que, apesar da crescente participação no mercado de trabalho, seja no formal seja no informal, e ter adquirido mais instrução, a mulher brasileira recebeu, em média, rendimentos inferiores aos do homem. Verificamos que as jovens, menos instruídas e residentes em regiões mais pobres foram as menos atingidas pela desigualdade salarial. Os resultados apontaram que a mulher brasileira sofre discriminação tanto no mercado formal como no informal, embora de forma mais intensa neste último, porque no formal elas estão amparadas legalmente, além de seguirem planos de carreiras que coíbem tratamentos discriminatórios, o que vem reduzir a margem de discriminação do mercado formal. Por outro lado, as características flexíveis do segmento informal, geralmente expressas de forma espúria, elevam o grau de discriminação.
Palavras-chave: mercado de trabalho feminino, rendimento por gênero, desigualdade salarial, discriminação.
Tema: X – As políticas públicas para promover e implantar os direitos fundamentais no trabalho (discriminação no emprego)
A MULHER NO MERCADO DE TRABALHO 1. Introdução
Não há dúvidas de que nos últimos anos a mulher está cada vez mais presente no mercado de trabalho. Este fenômeno mundial tem ocorrido tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento, e o Brasil não é exceção. Na literatura nacional há várias pesquisas voltadas