A Mulher Desencarnada FINAL
A Mulher Desencarnada
Sherrington descobriu em 1890 o que denominou de propriocepção, graças ao mesmo, sentimos que nosso corpo nos pertence (como se fosse uma "propriedade").
O conto de Sacks conta a história de Christina, uma mulher de 27 anos, mãe e programadora de computadores, onde se surpreendeu quando, repentinamente depois de um acesso de dor abdominal, foi verificado que ela havia cálculos biliares e aconselhável que retirasse a vesícula biliar. Entretanto, um dia antes da cirurgia, Christina que não estava acostumada a fantasias, teve um sonho perturbador. Após isso ocorrer procura o neurologista e aponta os principais aspectos do sonho, que são basicamente a perda dos movimentos corporais.
No sonho, Christina se lembra de oscilar fortemente, não sentia as pernas e nem o chão sob os pés, a sensação de tato também era limitada. Afirma que seu sonho a deixou tão aflita ao ponto que precisou procurar um psiquiatra.
O diagnóstico foi dado como comum, algo natural - “ansiedade histérica, típicos sintomas de conversão”, entretanto era algo mais complexo que isso. Christina não conseguia mais manter-se em pé, não conseguia mais segurar nada, seu rosto estava sem expressão, até sua linguagem havia desaparecido, “(...) eu me sinto esquisita, desencarnada”.
O quadro era excepcional e dado como polineurite aguda, onde afetou as raízes sensoriais dos nervos espinhais e cranianos, como se fosse uma inflamação, onde ela perdera os sentidos, o controle do corpo. Wittgenstein nomeou o acontecido de “propriocepção”.
A recuperação foi nula nos oito anos seguintes. Alguém que teve que aprender a usar seus olhos e ouvidos para viver, sem a visão e audição Christina estava inapta a tudo. Após um tempo, ela já usava seus novos sentidos com intensidade, e isso era notável apenas pela maneira de sentar.
Esse caso pondera a atitude da sociedade em relação a deficiências implícitas, pois faltam compreensão, palavras adequadas e apoio, que passam a ser uma provação