A mulher através da história
Consagrado internacionalmente à mulher pela ONU, no ano de 1975, o 8 de março representa um marco no movimento feminino para adquirir direitos iguais ou semelhantes ao dos homens nos planos político, jurídico, trabalhista e civil. Mais que discorrer sobre a data comemorativa, vale a pena aproveitá-la para repassar, panoramicamente, o papel da mulher na sociedade humana, da Antiguidade aos tempos atuais.
Ao longo da história da humanidade, a mulher, ao contrário do homem, tem tido mais deveres do que direitos.
Na Grécia Antiga, berço da civilização ocidental, o direito de cidadania era vetado aos escravos, aos estrangeiros e às mulheres. Somente os homens nascidos na polis (cidade-Estado grega) eram tidos como cidadãos. As mulheres eram basicamente uma propriedade privada do homem, tendo o dever de cuidar dos afazeres do lar e de ser um objeto sexual. Era, como se diz hoje em dia, uma mãe de família, uma dona de casa, um objeto de cama e mesa, que não tinha como se desenvolver através de uma profissão nem através dos estudos.
Com a Idade Média, a situação da mulher não teve melhoras significativas. A forte influência ideológica da religião oficial, o catolicismo, associava a sexualidade feminina à perversão diabólica. A repressão sexual contra a mulher teve um aumento em relação à Idade Antiga. Várias mulheres foram condenadas à morte na fogueira sob acusações de cunho sexual. Além disso, a mulher continuou a ser uma espécie de propriedade privada do homem, um objeto de cama e mesa, sem chances de crescer através dos estudos e de uma profissão.
As mulheres negras africanas, no processo de colonização das Américas, tiveram uma desvantagem ainda maior no mundo feminino, pois além de escravas no processo de extração de riquezas da terra eram, não raramente, escravas sexuais para satisfazer os instintos sexuais de seus proprietários. Nesse sentido, elas eram de fato e de direito (perante às leis dos senhores de terra e de