A morte para o homem
Gostaria de compartilhar uma parte delicada de um estudo: a morte. A finitude da vida humana é algo que assusta. Há uma luta constante contra esse fim. Já nascemos lutando, pois ao nascer o indivíduo já está condenado a morrer. Só não se sabe quando isso irá acontecer e essa ansiedade perante a morte nos persegue durante toda a vida. Freud dizia que um dos fatores do sentimento de alheamento deste mundo é a atitude que o ser humano adota em relação à morte. Para o pai da psicanálise deixamos a morte de lado, isto é, a eliminarmos da vida. Isso é extremamente fantasioso, pois corrobora com a idéia de que somos imortais. Nasce então um conflito no Homem. A idéia de que somos imortais para aliviar a ansiedade perante a finitude humana e, ao mesmo tempo, a única certeza da vida que é a própria morte. Do resultado desse conflito surge a necessidade de buscarmos maneiras de enfrentá-la para aliviar a angústia e o medo. Essa angústia é básica a todo ser humano e, como conseqüência, as culturas em todas as épocas enfocam este tema de diversas maneiras tais como os mitos, a literatura, a arte, a filosofia, as religiões e a ciência. Para Oliveira (2001), o medo da morte e a angústia mobilizaram o homem à reflexão. Daí surgem as religiões e filosofias para buscar um sentido para a vida. A religião traz a idéia de que a vida não termina com a morte, sendo esta apenas uma passagem, um estado transitório, enquanto a ciência contribui para o prolongamento da vida, isto é, procura adiar ao máximo nosso fim. (Bromberg, 2000) Em verdade, podemos afirmar que definitivamente o ser humano não está preparado para morrer ou perder alguém próximo, seja um filho, o pai, a mãe, irmãos ou o cônjuge. “Si vis vitam, para mortem." "Se queres suportar a vida, prepara-te para a morte." (Freud, 1974, pág.339) Não seria simples abordar a morte em todas as suas abordagens, seja cultural, histórica, ética, religiosa