A morte de Vargas
Vargas desenvolveu uma acentuada política nacionalista, limitando as inversões de capitais externos. Foi esse programa, através do slogan "O petróleo é nosso", que criou a Petrobrás e a expansão da Siderúrgica de Volta Redonda. Contra Getúlio corriam boatos de um próximo golpe de Estado, para implantar no Brasil uma República Sindicalista, nos moldes do Peronismo argentino. Os opositores a Getúlio, pelo seu passado como ditador, ou aqueles que vinham se opondo a ele neste novo mandato, congregaram-se numa campanha antigetulista. De outro lado, o presidente acirrava suas posições, como no discurso em Curitiba, em dezembro de 1953, denunciando a remessa de lucros para o estrangeiro, como fator crônico das dificuldades brasileiras. Sob tais circunstância, o quadriênio de Getúlio Vargas foi dos mais agitados da história do Brasil. Getúlio tentou a aproximação com a "massa" (base-suporte) com fixação do salário mínimo, conseguida pelo ministro do Trabalho João Goulart (Jango). Para muitos, confirmavam-se os boatos. A oposição aumentava e escândalos vieram à tona: corrupção de pessoas ligadas ao governo e financiamentos subornados do Banco do Brasil. Carlos Lacerda, um dos líderes civis da posição a Getúlio e diretor do jornal carioca Tribuna da Imprensa, destaca-se na campanha contra Getúlio. De outro lado, os ferrenhos adeptos do presidente viam a sua figura política deteriorar-se.
Foi nesse contexto que o atentado de Rua Toneleros contra Lacerda, no qual veio a falecer o Major-do-Ar Rubens Vaz, representou o estopim para a oposição.
A aeronáutica, defendendo a tese de Honra Nacional, ultrapassou a ação da Justiça na apuração dos responsáveis pela morte de um dos seus membros.
Paulatinamente, os resultados das investigações sobre os responsáveis pelo atentado fora arquitetado por Gregório Fortunato, o fiel guarda pessoal do presidente. A tensão aumentava. A própria situação econômica interna, sofrendo com a inflação crescente, tornava o