a morte de sócrates
Sócrates era acusado de recusar o culto devido aos deuses do estado, introduzindo entidades demoníacas, com isso pervertendo a mocidade e levando-a a cometer os mesmos crimes (de ateísmo contra os deuses oficiais), pois só assim ficaria o crime sob a jurisdição do rei, a quem competia a defesa da religião do estado.
Dias antes se preparava para partir para delfos o navio sagrado, que outrora levara Teseu a Creta, para uma peregrinação ao santuário de Apolo. Nesse mês o mar não era ainda navegável. Era tradição, porém, que durante esse período nenhuma sentença de morte podia ser executada.
Toda obra de Platão está penetrada pelos ensinamentos de Sócrates, a tal ponto que nenhum comentador conseguiu distinguir nela o que pertence ao discípulo e o que proveio do mestre.
As duas grandes acusações contra Sócrates, que levaram a maioria dos 501 a condená-lo à morte, foram – atentar contra a religião do estado e corromper a mocidade: ateísmo e subversão. Foi fácil a Sócrates, na sua defesa, destruir completamente tanto uma como outra acusação, como se vê de suas palavras perante o areópago.
Verdade apenas é que Sócrates condenava o politeísmo oficial, a religião de estado, que obrigava a um conformismo especulativo incompatível com a dignidade humana e com liberdade de consciência.
A filosofia socrática não era um ateísmo, pois considerava que as raízes do universo sensível estavam acima e fora desse universo, e Platão sistematizou essa doutrinação em sua teoria das idéias e da divindade suprema.
Platão nessa interpretação bastante aleatória de faguet aproveitava-se da morte de Sócrates como argumento em favor de sua