A moratória
Sobre a peça:
A Moratória é uma peça teatral brasileira, de autoria do dramaturgo Jorge Andrade, e escrita no contexto da transição entre a República Velha e a Era Vargas.
Nas peças ao estilo de A Moratória, o autor deixa parte da capacidade interpretativa para o grupo de atores, que dão vida aos diálogos e às situações. Por esta razão, é melhor ser assistida do que lida, já que a primeira opção tem maior riqueza interpretativa. Mas se o leitor observar atentamente aas rubricas do autor, conseguirá entender melhor o enredo.
A técnica principal usada por Jorge Andrade é a expectativa, focalizada em situações dramáticas, em dois tempos e espaços simultâneos e antagônicos, que, no desenrolar do enredo, possuem ações decorrentes do conflito das personagens em torno de duas expectativas: em 1929, a perda da fazenda por causa das dívidas contraídas por Joaquim e, no período pós-1930, a recuperação da mesma fazenda a a decretação da moratória pelo Governo.
Além dos conflitos de personagens, retrata, de forma bem explícita, a decadência da elite do café após a crise de 1929, acompanhada pela Revolução de 1930, encabeçada por Getúlio Vargas e a elite gaúcha. Para enriquecer o assunto, enfoca a crise da sociedade patriarcal rural e os indícios de um processo lento e definitivo de mudanças sociais na estrutura da sociedade paulista, focalizadas na inserção da mulher no mercado de trabalho, no deslocamento do centro econômico-social para as cidades e na formação do proletariado urbano.
A história, se analisada temporalmente, reduz-se ao período de 1929 a 1933, marcado pelos seguintes fatos: • a iminência de perder a fazenda • a perda da fazenda • o empobrecimento da família e o agravamento das tensões familiares em decorrência de tal fato • a mudança para a cidade (êxodo rural), em uma casa pequena e modesta • a decadência completa, causada pela não- aprovação da nulidade do processo e nem da moratória que possivelmente viria a ser