A moral na "questão social"
Estamos afirmando que o tratamento da moral da “questão social” é uma resposta política de várias forças sociais ao potencial emancipador das lutas proletárias; uma reação de caráter conservador que perpassa pelas estratégias do Estado capitalista, pelo projeto social da Igreja Católica e pelo Serviço Social, no contexto de sua origem.
(Barroco.2001, p 83).
Segundo Barroco, o tratamento moral da “questão social” no capitalismo monopolista está intrinsecamente relacionado às “sequelas” da “questão social”, decorrente da luta de classes antagônicas de uma sociedade. A moral é uma forma de resposta no processo de reprodução do capital e do trabalho, mascarando seu verdadeiro sentido e seu significado socioeconômico e ideopolítico. Onde o moralismo é sustentado ideologicamente pelo conservadorismo moral.
Entretanto o conservadorismo moral encontra-se na gênese do Serviço Social evidenciada na formação profissional dos Assistentes Sociais, pois a mesma era embasada no conservadorismo da Igreja Católica em função da filosofia tomista. Nesse período a Igreja Católica intervêm na sociedade devido ao agravamento das sequelas da “questão social” através da Encíclica Rerum Novarum em que Leão XIII em favor da “ordem harmônica” entre as classes “naturaliza” a desigualdade de forma natural, assegurando assim, uma aceitação e conformismo por parte dos indivíduos. Sendo assim, a vida cotidiana e formada por valores que tendem a reproduzir a alienação moral, na repetição acrítica de valores e comportamentos que se adequam aos padrões societários estereotipados como “corretos”. E caso o indivíduo apresentasse algum forma de desajustamento o problema recaia sobre o mesmo, culpabilizando-o no campo da moral.
Nesse período a família era formada através de valores conservadores presente no conservadorismo católico e nas ideias positivistas, onde as mesmas negam a participação da mulher na esfera