OS DOCINHOS DE Dº FORMIGA Dº Fran era a melhor freguesa de Dº Formiga. Esta, por sua vez, perdera o marido muito cedo, e sozinha para cuidar de seis formiguinhas, precisou arregaçar as mangas e trabalhar dia e noite para que nada faltasse em casa. Aprendeu, muito rapidamente, fazer doces de frutas. Em pouco tempo seus docinhos ficaram famosos. Vinha bichinho de todos os lados só par provar os doces de Dº Formiga. Era inverno. Dona Fran esperou que a filha chegasse da escola para que fosse buscar, com muita alegria, a encomenda que fizera à Dº Formiga: - Samanta, minha filha, estou aqui atrapalhada com o almoço, você poderia ajudar a mamãe? -Claro, mamãe, o que eu posso fazer? -Filhinha, vá buscar o doce de limão que encomendei Dº Formiga. Mas, olha filha, cuidado ao atravessar aquele túnel, aquele que dá direto no portão da Dº Formiga, pois ele está macio e pode desabar a qualquer hora. Não quero eu você se machuque.’ A mãe conhecia muito bem a filha, que se distraia por qualquer coisa; e bastava encontrar alguém brincando de barra-manteiga, ou pique-pegar, ou até mesmo amarelinha, que ela se esquecia do mundo. Às vezes era louca o bastante para provocar e encarar as filhas do Besourão. E olha que não são assim tão pequenas! São fortes, altas e brigonas. Antes de chegar ao túnel, Samanta encontra outras minhoquinhas que a convidam para brincar. Com algumas pedrinhas nas mãos, começam então o jogo de baliza. Com tanta experiência joga-se uma única pedra para cima e enquanto ela está no ar, pega-se outra que fica esparramada no chão. A Minhoca Luiza era a campeã da baliza. Ninguém nunca conseguiu ganhar dela. ´´Rapava´´, como era falado, tudo, até três, quatro pedras de uma só vez.
Pedrinhas nas mãos
Olhinhos abertos
Uma pra cima
E outras no chão bem perto! E esquecia da vida, a levada minhoquinha! Quando se lembrou da encomenda, saiu disparada... Tiau Luzia, tiau