a mercadoria - Karl Marx

A MERCADORIA
(Celso Ricardo Bueno)
Prova de Sociologia Classica, 1o semestre FESPSP

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O mundo contém uma “imensa coleção de mercadorias”, assim Marx começa o capítulo I do Capital. A mercadoria seria a unidade fundamental para entendermos o modo de produção capitalista, tal como num crime, começa a examinar a cena do crime e a mercadoria surge como peça chave. Se há uma imensa coleção de mercadoria,
“quase"tudo que nos rodeia é portanto mercadoria ou pelo menos potencialmente uma…
Não podemos entender mercadoria sem dizer que há um duplo caráter, aliás, ela só é mercadoria pois há uma característica dual. Ela é VALOR DE USO e VALOR DE
TROCA, numa oposição que se excluem mutuamente, mas que só existe pela outra.
Numa relação dialética que vai caracterizar o pensamento de Marx em todo o capítulo. O valor de uso é heterogêneo, apresenta múltiplas qualidades, pois é aquilo de utilidade para o ser humano. Assim a mercadoria tem que satisfazer, seja do estômago ou da imaginação, uma necessidade, alguém precisa desejar. Mas não somente isso, alguém precisa desejar e outros também, para que haja valor de troca. O valor de troca é essa oposição que permite originar o valor das mercadorias. Valor e valor de troca são intercambiáveis, ou, como se pode entender, valor é a representação desse valor de troca. Retomando, a mercadoria tem um duplo caráter, apresenta um VALOR DE USO e um VALOR DE TROCA (ou VALOR), lembrando que para haver valor, o valor de uso também deve ser para “outrém”, como diz Marx, só assim nessa relação que vamos entendendo seu raciocínio.
Nesse ponto pergunta-se, qual a medida desse valor? As mercadorias são comparáveis e permutáveis porque há algo de comum nelas, chega a conclusão que esse comum é ter produto de trabalho humano. No modo de produção capitalista o trabalho humano surge como uma “geleia indiferenciada de trabalho”, o que Marx chama de
TRABALHO ABSTRATO, ele é homogêneo e não se aplica nenhuma característica