A menina
Ritter foi, junto com seu camarada Alexander von Humboldt, um dos precursores da Geografia Moderna, assim como fundador da Sociedade Geográfica de Berlim. Ritter foi ainda o primeiro professor de geografia regular e fixo em uma universidade, sendo que a cátedra de geografia da Universidade de Berlim foi instituída justamente para que ele a ocupasse.[1]
A família de Ritter era relativamente modesta. Ele trabalhou a vida toda como professor e suas viagens se restringiram ao continente europeu. Ele sempre escrevia a respeito dessas viagens, mas, diferentemente de outros naturalistas, preocupava-se pouco com a descrição das paisagens. Seu grande objetivo era estabelecer as bases de um conhecimento geográfico científico, nos moldes das ciências naturais. É por isso que a maior parte dos trabalhos de Ritter tratava da África e Ásia, continentes onde ele nunca esteve, mas sobre os quais estudou muito. Vale também mencionar que Ritter destacou bem mais do que Humboldt a importância de demonstrar as influências da natureza sobre a história humana, tendo chegado a propor que o estudo dos elementos naturais é importante para a geografia somente na medida em que serve de base para o estudo do homem. Por esse motivo, é comum a afirmação de que Ritter possuía uma visão antropocêntrica da geografia, já que, para ele, todos os estudos deveriam convergir direta ou indiretamente para o entendimento das relações homem/natureza[2].
Os trabalhos de Ritter e Humboldt surgiram no período em que o conhecimento geográfico acumulado sobre o mundo já permitia obter um conhecimento mais fundamentado em viagens, cartografias e estudos mais precisos. Com Ritter e Humboldt a Geografia Moderna surgiu; porém, a construção desta só pôde ocorrer porque praticamente toda a superfície