A menina que roubava livros
Não existe suspense. Logo no início fica claro quem (e às vezes, quando) vai morrer – antes mesmo da história começar. Então vem o início da saga de uma pequena menina de quase 10 anos à caminho de um lar adotivo com seu irmão. Sua mãe os levando de trem com a morte observando o choque de mãe e filha enquanto segura a alma do menino mais novo em seus braços. Mãe e filha param para enterrar o pequeno corpo. Liesel Meminger não consegue absorver o impacto de ver seu irmão caçula morrer sem motivo aparente – qual criança de 10 anos conseguiria? – e se agarra a ele pegando no chão do cemitério um pequeno livro que caiu do bolso de um dos coveiros. Ela não sabe ler, mas precisa daquela lembrança. Ainda mais importante quando é entregue para ser criada por um casal de completos desconhecidos.
A mãe adotiva se mostra rabugenta e rigorosa, mas compreensiva e observadora também. O pai adotivo se mostra um herói silencioso, amoroso e amável.
Os livros surgem inicialmente como momentos de “passagem”, então ela passa a considerá-los como tesouros ao mesmo tempo que a emoção de roubar um desses tesouros se torna uma catarse.
A Morte conta essas coisas de maneira natural, como se fosse uma visita sentada no sofá da sua sala comendo bolo e biscoitos no meio da tarde. As considerações que a morte faz ao longo da história da vida da menina são emocionantes. Não exatamente emoções alegres embora haja algumas.
A situação é triste: As dificuldades da vida de uma criança pobre que não entende como as coisas são. Então