A matriz azevediana dentro da historiografia da educação no brasil
FACULDADE DE HISTÓRIA
ESCOLA DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
A MATRIZ AZEVEDIANA DENTRO DA HISTORIOGRAFIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
Lucas Marzullo Teraoka
Guarulhos, 2011
Introdução
Este estudo tem por objetivo responder a seguinte questão: qual a relevância da matriz azevediana para a Historiografia da Educação no Brasil? Para tal problema, serão apresentados neste estudo alguns autores que fundamentaram alguns de seus trabalhos nas obras de Fernando de Azevedo, seguindo-se uma análise de suas críticas e defesas à matriz azevediana.
Dessa maneira, será feita uma análise sucinta da chamada “matriz azevediana” no campo da História da Educação no Brasil, realizando um breve debate historiográfico levando em consideração a interpretação de Jorge Nagle, João Adolfo Hansen e Maria Lúcia Spedo Hilsdorf sobre essa matriz.
Matriz azevediana: suas críticas e defesas
Primeiramente propõe-se aqui um esclarecimento sobre o que é a “matriz azevediana”. De acordo com Marta de Carvalho, em seu texto A escola e a República e Outros Ensaios, houve, até meados da década de 1980 um “padrão de produção historiográfica sobre educação até então dominante que começou a se configurar a partir de um pequeno, mas significativo, conjunto de trabalhos produzidos nas décadas de 1950 e 1960”.[1] Esse padrão de produção é caracterizado, segundo a autora, como uma “simbiose entre a utilização dos referenciais teóricos de extração marxista […] e a permanência de temas e de matrizes interpretativas extraídos de uma única obra – A Cultura Brasileira – de autoria de Fernando de Azevedo.” [2] Essa obra clássica de Fernando de Azevedo é vista na época como fundamental para se realizar qualquer estudo sobre a História da Educação no Brasil, tendo essas referências constantes a este autor dado origem à chamada “matriz azevediana”, que passa a ser questionada e substituída após meados da década de 1980,