“A matrix está em toda parte...”: ideologia e desigualdades sociais.
IDEOLOGIA E DESIGUALDADES SOCIAIS.
Ideologia “é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (idéias e valores) e de normas ou regras (de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar o que devem valorizar e como devem valorizar o que devem sentir e como devem sentir o que devem fazer e como devem fazer. Ela é, portanto, um corpo explicativo, de representações e práticas (normas, regras e preceitos) de caráter prescritivo, normativo, regulador, cuja função é dar aos membros de uma sociedade dividida em classes uma explicação racional para as diferenças sociais, políticas e culturais, sem atribuir tais diferenças à divisão da sociedade em classes. Pelo contrário, a função da ideologia é a de apagar as diferenças, como as de classes, e de fornecer aos membros da sociedade o sentimento de identidade social, encontrando certos referenciais identificadores de todos e para todos, como, por exemplo, a humanidade, a liberdade, a igualdade, a nação, ou o Estado.” (Marilena Chauí, o que é ideologia 1980).
Karl Marx conceituou Ideologia como um sistema de pensamento, ou seja, uma forma de conceber o mundo que abrange, principalmente, os seus aspectos sociais (relações entre os homens e a sua atividade); "Visão do mundo", isto é, produto e reflexo de uma época e de uma sociedade, mais especificamente de grupos sociais reais, estratos e classes, expressando os seus interesses, a sua atividade e o seu papel histórico; Não seria, para este pensador, um sistema de pensamento neutro, pois para ele a ideologia teria uma função que é a de legitimar, justificar e contribuir, ou para a manutenção da ordem social existente, ou para a sua transformação. Marx compreende a ideologia como uma consciência falsa, proveniente da divisão entre o trabalho manual e o intelectual. Nessa divisão, surgiriam os ideólogos ou intelectuais que passariam a