A manipulação da televisão
Mais do que um meio de informação, a televisão hoje é a nova religião. Passando da publicidade ao telejornal, tudo influencia os costumes e crenças das pessoas. A realidade é manipulada por um simples objecto que nos indica como parecer e como ser, como pensar e como agir.
Pode-se garantir que a televisão foi um dos inventos que mais fez jus a um maior número de críticas e de louvores e também a ferramenta audiovisual que mais contribuiu, juntamente com a rádio e a imprensa, para fazer do planeta uma imensa aldeia global. Tornando-se acessível à grande maioria das pessoas, constituiu uma forma de companhia, de diversão, de informação e de formação, e através disso influenciou especialmente a educação.
A função dos telejornais, é apenas de informar acontecimentos sem tirar nem por a realidade dos factos. Contudo, acaba por apresentar uma hiper-realidade, ou seja, uma realidade “aperfeiçoada”, partindo para o extraordinário da notícia, muitas vezes irrelevante.
Além da secção jornalística, há a parte de distração, composta por programas de auditório – que põem à prova a inteligência de qualquer um – e telenovelas, que promovem imitação de hábitos, aguçando o imaginário de cada pessoa, fazendo com que, inconscientemente, alguma lembrança íntima que se relacione com o que é mostrado.
Unindo essas duas principais componentes da programação televisiva, chega-se ao que os sociólogos chamam de violência simbólica. O subconsciente do telespectador, torna-se um meio de alienação. Assim como um espancamento (violência física) pode deixar marcas pelo corpo, a violência simbólica deixa marcas no subconsciente. Tal como dizia Josef Goebbels, ministro da propaganda na Alemanha nazista: “Uma mentira dita cem vezes torna-se verdade”. E mesmo que o cidadão perceba que está a ser vítima dessa manipulação, continuará alienado, pois ninguém está livre desta massificação. É possível sim, sermos iguais e diferentes ao mesmo tempo, já que cada