A Mancha nacional
Ficaria em 62º lugar, à frente do Chile (66º) e de Portugal (69º). Se nosso interesse for comparar as zonas urbanas e rurais, veremos que os números também são muito diferentes. Apesar do Brasil ter investido mais na educação nos últimos vinte anos, há uma grande disparidade entre o que acontece nesses dois espaços. Tomemos, por exemplo, uma noção importante na área educacional, a do chamado analfabetismo funcional. O analfabeto funcional, embora consiga juntar letras, não consegue entender o que lê, o que significam as palavras dentro dos parágrafos de um texto. Embora conheça os números, não consegue fazer as operações matemáticas básicas. Essa deficiência evidentemente compromete a posição de alguém que está competindo por um lugar melhor no mercado de trabalho. E esse conceito revela o tipo de aprendizado que a pessoa teve, pois ela pode ser analfabeta funcional mesmo tendo completado o Ensino Fundamental. Pois bem: o percentual de analfabetismo funcional no campo brasileiro é de 42,9%, mais do que o dobro das áreas urbanas, que, segundo o IBGE é de 17,8%. Em muitos outros aspectos as distâncias podem ser percebidas. Os indicadores de educação e saúde são sempre lembrados porque, se um ou outro forem muito baixos, todos os demais (renda, moradia, posição social) se alterem. São áreas tão importantes que, no início do século XX, nas primeiras