A língua
Além de participar de planejamentos nas escolas municipais e acompanhar mais de perto o trabalho dos professores, também aplicou um questionário que constatou que a maioria dos professores tem muita dificuldade com o ensino da gramática, e quando lhes perguntado que curso gostariam de fazer, a grande maioria faria um curso de gramática.
Com o início do ensino da Lingüística nos cursos de Letras na década de 60, surgiram vários trabalhos que questionavam o ensino da gramática normativa.
A visão de língua que considera apenas como correta a norma culta, interfere muito no trabalho dos professores de PORTUGUÊS, porque toda e qualquer variação é vista como desvio. Essa é uma visão elitista que acaba acarretando no fracasso escolar.
A hipótese levantada pela autora era se os professores pesquisados estariam trabalhando de acordo com o Programa Curricular Mínimo de Português que causou grande impacto e provocou polêmicas. Apesar dos professores introduzirem textos mais interessantes como charges e histórias em quadrinhos, a leitura e a escrita se restringem a aspectos sociais, econômicos e políticos expressos nos textos, não avançam em direção a uma análise lingüística que habilite o aluno na sua expressão sociocultural através do uso da língua. Esses textos, também, às vezes, têm servido de pretexto para os professores continuarem ensinando gramática de forma assistemática, sem dar ao aluno embasamento teórico que o leve a refletir sobre a estruturação de um bom texto. Outra coisa que foi notada é a predominância de textos jornalísticos ou de imprensa, deixando de lado os textos literários. Outro agravante, Moraes percebeu que estes textos se prestam, às vezes, unicamente para o ensino da gramática, não gerando uma discussão sobre seu estilo, estrutura formal, estética ou lingüística.
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