A língua como objeto da linguística
Camila B. S. Araújo
Letras - Unifesp
Referências Bibliográficas: PIETROFORTE, A. V. A língua como objeto da linguística. In: FIORIN, J. L. Introdução à linguística I: objetos teóricos. São Paulo: Contexto, 2010, p. 75-93.
Resumo:
Em seu capítulo A língua como objeto da linguística, Antonio Vicente Pietroforte terá como ponto de partida nos apresentar o conceito saussuriano: dicotomia. Segundo O Curso de Linguística geral, publicado por ex alunos de Saussure em 1916, anos após sua morte, há quatro pares de conceitos que resumem as propostas do lingüista. Esses pares recebem o nome de dicotomias pois tratam-se de conceitos que estão ligados a seus pares para que sejam entendidos, seja por oposição, ou por complementação de sentidos.
A primeira dicotomia que nos é apresentada é Sincronia e Diacronia. Com a leitura do texto podemos tratar por Sincronia o estudo de um objeto adotando um ponto de vista sincrônico, ou seja, dedicamos àquele objeto um olhar em relação a um determinado tempo, pelo o que ele é no momento de análise. É através desse método que ocorre a Linguística Comparativa, desenvolvendo comparações de um mesmo aspecto em pontos distintos da história, mas sem levar em conta o processo que o levou a mudar.
Em contraponto, a Diacronia é o estudo de um objeto adotando um ponto de vista diacrônico, ou seja, levando em conta o processo histórico pelo qual ele passou. Esse é o método de estudo utilizado na Linguística Histórica, que considera os processos históricos pelos quais passou uma determinada língua e as mudanças que ela sofreu até chegar àquele determinado momento em que está sendo estudada. Sincronia e Diacronia consistem, portanto, em duas maneiras de se estudar a língua.
A segunda dicotomia apresentada é Língua e Fala. Para Saussure, Língua apresenta um aspecto social coletivo, pois se trata da língua de um país, ou de uma comunidade, não importando o número de falantes,