A luta contra a ditadura militar e o papel dos intelectuais de esquerda
Alcides Freire Ramos* Universidade Federal de Uberlândia (UFU) alcides.ramos@pesquisador.cnpq.br RESUMO: Entre 1964 e 1970, diversos partidos políticos de esquerda lutaram contra a ditadura militar brasileira. Com efeito, estas organizações estavam diante de uma difícil tarefa: iniciar a “luta armada” e, ao mesmo tempo, modificar o papel social do intelectual revolucionário. Este artigo discutirá este assunto de modo a mostrar a situação dramática na qual muitos homens e mulheres estiveram envolvidos. ABSTRACT: Between 1964 and 1970, various leftist political parties struggled against the brazilian military dictatorship. In fact, they are faced with a difficult task: to start the “guerrilla warfare” and, at the same time, to modify the social role of the revolutionary intelectual. This article will discuss this subject so that to show the dramatic situation in which a lot of men and woman were involved. PALAVRAS-CHAVE: Ditadura militar brasileira – Luta armada – Intelectuais de esquerda KEYWORDS: Brazilian military dictatorship – Guerrilla warfare – Leftist intelectuals
O impacto do golpe de Estado de 1964 sobre as organizações políticas de esquerda, e o conseqüente processo de autocrítica, levou-as, indiscutivelmente, a uma apreciação bastante contundente em relação ao papel desempenhado pelos intelectuais de origem na pequena burguesia quando estes desempenham funções de direção político-partidária. Isto pode ser observado, já de início, se nos detivermos nas reflexões e propostas do Partido Comunista Brasileiro (PCB), neste momento histórico. Desta forma, percebemos que as críticas/autocríticas feitas em relação aos posicionamentos do período anterior são prática centrada na “ação das cúpulas”, “pressa pequeno-burguesa”, entre outras. Esta organização procurou explicar suas “debilidades”, tendo em vista as “ilusões de classe” e “falsas concepções de fundo pequeno-burguês”, presentes