A luta antimanicomial
O que se viu e vem acontecendo é que esses sanatórios representam uma violência institucionalizada que gera o isolamento do doente excluindo-o, fazendo com isso que o doente mental perca seus direitos de cidadania e também violando seus direitos humanos. A luta antimanicomial revê esses conceitos clínicos e sociais buscando a desinstitucionalização brasileira, que representa processo de luta por mudanças no modelo assistencial composto por diversos participantes. O importante é abrir o campo assistencial (tratamento clinico) em uma dimensão global articulando os campos entre esses: o técnico assistencial, político, jurídico e sócio-cultural, campos que envolvem diretamente o doutor, a família e a sociedade, quebrando paradigmas e preconceitos fazendo a inclusão social.
Em 2005 o Brasil tinha 42.036 leitos psiquiátricos em 228 hospitais públicos e privados, hoje reduzimos esses leitos para 36.000, na maioria os hospitais dessa rede prestam serviços clínicos precários com diária por paciente de 22 a 30 reais, não dando ao paciente a preservação dos seus direitos civis, políticos, econômicos, culturais e sociais, isolando o doente da sociedade, e nesse cenário de falta de estrutura aparecem relatos de violência em hospitais, para se ter uma noção dessa realidade vinte mortes ocorreram em 2003, no hospital de custodia e tratamento da Bahia (manicômio), contexto macabro de como cuidamos dos doentes