A Luminosa Hist ria do Pr ncipe que Sentia Falta de Tudo

965 palavras 4 páginas
A Luminosa História do Príncipe que Sentia Falta de Tudo

Narrador 1: Em um Reino agradável de se viver havia, PARA QUEM QUISESSE VER, bastante de tudo para todos. Bastante chuva para favorecer o cultivo da terra, bastante sol para permitir a seifa, bastante lenha para aquecer as casas, e até bastante ouro para a saúde das finanças públicas.

Narrador 2: Não obstante, entre os súditos de sua majestade, havia sempre quem se queixasse da falta de alguma coisa. Para alguns até, não faltava nada, mas temiam que algo pudesse lhes faltar.

Narrador 1: O rei fazia o possível para que todos tivessem o que necessitavam, mas os empurrõezinhos que podia dar, aqui e ali, para satisfazer uma ou outra reivindicação, não impediam que sofressem de uma nova carência. Sua majestade tranquilizava aqueles que temiam as faltas de alguma coisa, mas, mesmo assim, o receio de que outra coisa lhes faltasse, surgia novamente.

Narrador 2: Desse curioso fenômeno, nem sequer escapavam a corte e a família real. Aqueles que pensavam que, por ter nascido príncipe, o filho do rei estaria a salvo desse sentimento, enganavam-se completamente. Antes, o herdeiro da coroa, que crescia na candura e no luxo do palácio real, carecia sempre de algo, embora o seu pai fizesse de tudo para que cada uma das suas carências fossem satisfeitas sem demora.

Narrador 1: Se não houvesse pôneis suficientes para o príncipe montar, o soberano enviava imediantemente o estribeiro mor do reino às mais famosas coudelarias para selecionar uma dúzia de pequenos cavalos para seu filho.

Narrador 2: Se não houvesse espaço suficiente para o príncipe correr nos jardins reais, o monarca ordenava rapidamente ao jardineiro mor do castelo, que abatesse uma dezena de equitares do bosque das proximidades para que seu filho pudesse saltar mais livremente.

Narrador 1: Se os companheiros de jogos de sua alteza não fossem suficientes, o rei

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