a logica na arquitetura
A busca dos arquitetos por criar soluções racionais para o consumo sem limites da arquitetura de uma sociedade, se resume apenas em uma arquitetura que é representada por uma obra construída. Discussão essa não menos importante para explorar as contradições entre sociedade socialista com um baixo poder aquisitivo e outra parte da sociedade capitalista com melhores condições.
Dois exemplos da capacidade do capitalismo de consumir ideias até opostas e torná-las partes do big business.
Esse artigo sugere que, entre uma arquitetura da razão coletivista e outra da emoção individualista, há um terreno fértil para arquiteturas que poderíamos chamar de lógicas. Ou seja, projetos (e obras) capazes de resistir a uma discussão centrada na adequação ao caso específico e a decorrente preocupação com justificativas, no interior do próprio projeto, sobre as escolhas realizadas pelo autor ou os seus autores ao longo do processo de elaboração de seu trabalho. Filha conceitual da revolução da razão, iniciada após séculos de obscurantismo religioso na Toscana no século XVI, a racionalidade passou por várias evoluções até chegar aos nossos dias: renascimento, iluminismo, positivismo, cientificismo. O método científico, baseado na progressão de uma hipótese para uma tese, através da comprovação matemática, veio embasar rodo desenvolvimento técnico-científico dos últimos quinhentos anos, levando o homem para a Lua e para a magia dos computadores e a Internet.
Arauto desse movimento, o primeiro Le Corbusier e sua defesa do alemãoZeitgeist, traduzido em francês como Esprít du Temps, apresentou uma série de casas e projetos nos quais o ângulo reto, a fachada branca e as colunas de seus pilotis em secção circular falavam de uma arquitetura racional, oriunda dos prismas puristas do oitocentista Ledoux, na época da revolução francesa. A arquitetura recuperaria, assim, parte do brilho que os engenheiros construtores de silos e transatlânticos