A linguagem e a experiência humana
Professoras: Ivete e Sandra
Patricia Brito
ANÁLISE DO TEXTO:
A LINGUAGEM E A EXPERIÊNCIA HUMANA Émile Benveniste
Belo Horizonte
2012
Em seu texto “A Linguagem e a experiência humana" (1965) Émile Benveniste mostra como é instintiva a forma como todo homem se coloca em sua individualidade enquanto EU por oposição a TU e a ELE, e desde que o pronome EU apareça em um enunciado evocando o pronome TU, este realiza um ato novo e único no discurso: “A língua provê os falantes de um mesmo sistema de referências pessoais de que cada um se apropria pelo ato da linguagem e que, em cada instância de seu emprego, assim que assumido por um enunciador, se torna único e sem igual, não podendo realizar-se da mesma maneira (BENVENIESTE, 1989, P. 69).
Benveniste nos mostra que, não só os pronomes pessoais, mas os dêiticos em geral, são vazios se estão fora do discurso, pois eles formam uma relação referencial que se estabelece entre uma expressão linguística e um elemento da situação de enunciação.
Os dêiticos têm a função de mostrar um contexto situacional, podendo ser definida somente em função da situação, do contexto, do receptor de um ato da fala, “ele recebe sua realidade e sua substância somente do discurso” (BENVENIESTE, 1989, P. 69).
O autor nos mostra que há confusão ao acreditarmos que certas línguas ignoram o tempo simplesmente por não fazerem parte da família das línguas flexionais, parecendo não terem verbo.
A língua conceitualiza o tempo de modo diferente da reflexão. Mesmo nas línguas não flexionais, que parecem não ter verbos, estes podem ser reconhecidos nelas, e a expressão do tempo é compatível com todos os tipos de estrutura linguística.
O sistema temporal de uma língua retrata o tempo objetivo, real. Existe um nível de expressões linguísticas em que podemos encontrar a noção de tempo que é informado necessariamente em todas as línguas e para isso devemos distinguir primeiro, a