A LINGUAGEM COMO CONCEITO ARBITR RIO
RA: 666666666
ATIVIDADE PORTIFÓLIO 9ª SEMANA -
PÓLO RIO CLARO
2015
1. A linguagem como conceito arbitrário e crítica à moral
Nietzsche recusa a possibilidade de uma linguagem natural que possa verdadeiramente retratar as coisas tal como elas são, para o filósofo, o que o homem pode apreender não são as coisas em si, somente os estímulos que tais coisas provocam em seus sentidos, nos sentidos de cada indivíduo, e portanto, tais estímulos e sua respectiva percepção intelectual seriam subjetivos. Por isso o conceito das coisas não passariam de metáforas, que só adquirem valor de verdade ao serem postas à prova através da comunicação, ou seja, a transferência destes conceitos a princípio subjetivos entre indivíduos.
Dessa forma, Nietzsche declara que tal transferência de conceitos seria uma prática de retórica onde o indivíduo ou indivíduos dominantes estabeleceriam e “congelariam” tais verdades, de modo que os demais não mais fossem capazes de refletir suas próprias metáforas e buscar suas próprias verdades através do instinto e da criatividade e criação artística. A linguagem então, não seria um reflexo da verdade, esta na realidade uma invenção do homem, mas antes uma mentira coletiva, que ganha força de verdade devido a uma coibição. Nietzsche, dessa forma, dispensa à linguagem o tratamento de algo que reflete sobretudo as relações de poder entre os homens, estes fazendo uso da linguagem como forma de manutenção de valores e verdades de forma manutenção de uma determinada hierarquia nas suas relações.
A imposição de regras de linguagem configura uma forma mais poderosa até mesmo que o estabelecimento de leis, pois a linguagem definiram de fato os valores de verdade, embutidos no intelecto do homem.
Por isso, o filósofo ao chamar a atenção para os limites da linguagem, para a sua impossibilidade de apreender a as coisas em si, revela que esta não teria peso algum fora do âmbito das relações