a lingua de eulalia resumo
Marcos Bagno, 17. Ed., 1ª reimpressão. – São Paulo: Contexto 2012
A CHEGADA
Quando o ônibus estacionou na rodoviária de Atibaia, Vera, Lívia e Emilia foram as primeiras a descer, e logo perceberam que o ar era bem diferente, sentiam que estavam bem longe de toda aquela poluição, mesmo estando em um lugar bem perto de São Paulo.
As moças foram para a casa da tia de Vera com o taxista Ângelo, que era especial por ser filho de Eulália, empregada de Irene e que morava com ela.
Irene era professora de língua portuguesa e linguística, ia trabalhar todo dia de manha e voltava à noite, e mesmo sendo aposentada já fazia uns cinco anos, ela continuava trabalhando, mais ainda do que quando era professora; continuava estudando, pesquisando, escrevendo... Era uma pessoa muito respeitada, e as pessoas desdobram em elogias quando Vera diz ser sobrinha de Irene Amaggio.
Dona Irene ensina a gente pobre a ler e escrever, e isso tudo começou quando Eulália foi morar com ela, pois Eulália não sabia ler nem escrever, e Irene nunca iria admitir na casa dela alguém analfabeta, então começou a dar aulas à noite para Eulália, que foi trazendo algumas conhecidas, estas foram trazendo mais gente e quando Vera percebeu já estava dando aula para umas vinte pessoas.
Irene e Eulália já eram tão amigas que Irene não quis saber da Eulália vivendo no quartinho dos fundos, deu a ela um dos quartos da casa, pôs o Ângelo, que era pequeno em outro e passaram todos a viver como se fosse uma família só. Depois que Ângelo se casou, moram só as duas lá, cuidam juntas da casa, da horta, do pomar, e dos bichos.
Ângelo dizia que Irene era uma Santa-Mulher, pois ela quem o pôs na escola, o ajudou a estudar, o levou para viajar e por causa dela que ele tinha aquele emprego.
QUEM RI DO QUÊ?
Depois do almoço, que foi mesmo uma grande festa, Ângelo voltou ao trabalho e Eulália foi dormir sua sesta habitual da tarde. Vera, Silvia e Emilia saíram para