A liberdade - resenha hanna arendt
Texto de Hannah Arendt - A liberdade (Entre o passado e o futuro)
Pode-se considerar o contexto de Entre o passado e o futuro, uma seqüência de outros ensaios que refletem sobre a tradição, que preserva o mundo, e a liberdade, que o transforma. A educação se insere nesse meio,com potencial renovador que cada nova geração traz consigo. Na pólis, a esfera pública e a esfera privada eram bem definidas. A esfera privada era uma esfera pré-política: é a unidade da família, onde a relação do chefe com os demais membros é uma relação de autoritarismo. Na família, a relação entre seus membros é desigual. No núcleo familiar cuida-se das necessidades vitais. Na pólis - esfera pública - a relação entre seus membros era relação de iguais, relação entre homens livres, isto é, os sujeitos liberados das necessidades. A vitória sobre as necessidades da esfera privada uma condição natural para a liberdade na pólis. Para Hannah Arendt, a supe-ração ou atenuação da necessidade não implica o surgimento ou cons-trução da liberdade, em formas mais civilizadas de convivên-cia. Atribui ao homem, esta característica de “estar em dois lugares” – com os outros e comigo mesmo em meus pensamentos. Em outras palavras, é por conta deste caráter duplo do homem, que a liberdade prática se vê diante do impasse da causalidade. Assim temos a questão: somos, afinal, livres ou o-nos condicionados dentro dos limites de causas que fogem à nossa capacidade de escolha e controle? As atividades parecem dizer mais sobre nossa liberdade e da ausência dela, do que motivos que estejam ocultos em uma natureza.
Introduz-se a figura do “agente dotado de livre-arbítrio”, um agente que encontra