A Liberação do Uso da Maconha
A utilização da maconha é polêmica, pois tem potencial de proporcionar tanto o bem-estar, como a desgraça de um indivíduo. Carrega em si a capacidade de amenizar efeitos de algumas patologias e de devastar o usuário, sua família e uma sociedade inteira. Representa auxílio a pessoas corretamente tratadas e pode fazer com que o viciado desperdice a própria vida. Acalma e agita, preserva e destrói, liberta e acorrenta, salva e mata.
O risco contido no uso dessa erva é comparável ao manuseio de armas letais, visto que o problema reside na intenção e no controle da pessoa que usa qualquer uma delas. De fato, estas últimas são fabricadas com o intuito de servir à proteção da pessoa de bem, mas ocorrências diárias refutam esse pensamento. Pior que isso, a maconha pode tornar a mente de seu usuário incontrolável, alienando-o da realidade e arrasando aos que o cercam. Assim como há perigo numa ditadura louca com acesso à energia nuclear, a utilização indiscriminada da maconha pode se prestar a causar prejuízos irremediáveis ao ser humano.
Em face de tais circunstâncias, notadamente por implicar risco a outrem, sua aplicação requer especial atenção, maior do que aquela emprestada à administração de fármacos consolidados e regularmente prescritos. O resultado terapêutico da maconha é compreensível em alguns casos específicos, o que, contudo, não justifica a liberação para seu uso em qualquer circunstância e ao alvitre do usuário ou com reduzido acompanhamento médico. Aceitar controle mínimo para a produção e comercialização da maconha é querer acreditar que nenhum de seus usuários fará aplicação indevida da erva ou se viciará; que o consumo exagerado dela jamais trará perda de controle sobre a própria razão do dependente e que este não atentará contra seus familiares em crise de abstinência.
O aspecto mercadológico da liberação do uso da maconha é realmente apelativo. Trata-se de ramo de lucro promissor, haja vista a pujança (e a