A LENDA DO TIMAO

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Em 1982 o Corinthians não era só um dos times com a maior torcida do Brasil - era o time capaz de mostrar, em plena ditadura militar, que liberdade e democracia eram valores possíveis. Um dos maiores movimentos políticos do futebol mundial , a Democracia Corinthiana foi uma época histórica para o clube e para o país.

Era encabeçada nos gramados por jogadores como Sócrates, Wladimir, Casagrande, Zé Maria, Biro-Biro , Zenon e no cenário da mídia nacional por pessoas públicas como Rita Lee, Juca Kfouri, Boni - “recrutados” pelos esforços do famoso publicitário Washington Olivetto, que na época assumiu o marketing do Corinthians (dispensando salário para função).

A Democracia surgiu com a ascensão de Waldemar Pires na presidência do clube, após a saída de Vicente Matheus e a péssima temporada em 1981, na qual o Corinthians amargou um péssimo 26º lugar no Campeonato Brasileiro , e o 8º lugar no Paulista daquele ano. A presidência descentralizada de Pires e a presença do sociólogo Adilson Monteiro Alves como gerente de futebol, somadas à articulação política de alguns jogadores daquele elenco permitiram o nascimento de um modelo inédito (e nunca mais repetido) de autogestão no esporte.

Não havia no Corinthians daquela época nenhum integrante do clube, de roupeiro a presidente com poder de voto maior que o outro: todas as decisões do time eram tomadas de maneira democrática. Isso significava que desde a escalação do time até a contratação ou demissão de jogadores e funcionários passava pela escolha popular de quem era parte do Corinthians entre 1982 a 1984.

Os frutos dessa gestão visionária, corajosa e inovadora foram, para o Corinthians, dois títulos do Campeonato Paulista (1982 e 1983) e um respiro financeiro que vieram com a quitação de todas as dívidas e um saldo de U$3milhões de dólares deixados para a próxima temporada. Para o Brasil, a Democracia Corinthiana foi além: ao entrar em campo com seus dizeres em prol da democracia política, o Corinthians

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