A Legitimação do Samba como Cultura Popular
Hurlan Jesus Maciel de Lara1
Resumo: Este artigo abordará sobre o gênero do samba, mostrando suas raízes historiográficas vindo das senzalas ainda no período imperial praticado pelos escravos que passou a ser perseguido e marginalizado com o advento da República no Brasil a partir de
1889. Mostrando como os primeiros sambistas sofreram preconceitos durante a virada do século XIX para o XX. Partindo desses pressupostos o trabalho irá pontuar que os sambas não ficaram apenas limitados para os morros periféricos da cidade do Rio de Janeiro, mas também como adentrou nas casas das famílias elitizadas brasileira tendo como mediador do samba do morro com as elites a influência de Noel Rosa. Apontando também que tal cultura se tornou uma das ferramentas para o governo Vargas legitimando-o como uma cultura popular de símbolo nacional para dessa forma legitimar o seu poder perante a população.
Palavras chaves: Samba, Legitimação, Cultura Popular.
O samba não é apenas um simples gênero musical, ele está além disso, pois o Samba é caracterizado como um elemento componente da identidade Nacional Brasileira. No entanto, essa “identidade” nacional não se deu simplesmente da noite para o dia, houve muita luta para vencer o preconceito, interesses políticos e ideológicos que ao longo do tempo fizeram com que o Samba se tornasse o gênero que conhecemos nos dias de hoje.
Tudo iniciou nas festas organizadas pelos negros escravos, que após sua dura rotina de trabalho se reuniam nas senzalas para se distraírem fazendo batucadas, brincadeiras e também propagarem sua fé na religião que eles aclamavam (Candomblé). As batucadas e músicas que ecoavam nas senzalas madrugada a fora era justamente o que seria posteriormente denominado de samba. Suas raízes seriam uma mescla de cultura e dança africana com a brasileira (CHALHOUB, 1996, p.83-105).
Durante todo o período Imperial, essas festas só iam ganhando “corpo” e eram