A justiça terapeutica ao usuário de drogas
Neste capítulo aborda-se a trajetória das drogas ilícitas desde seu surgimento na Antiguidade, onde eram usadas em rituais nas primeiras civilizações até a atualidade, onde é usada de forma terapêutica.
1.1 As drogas ilícitas
A utilização de drogas por parte do homem remonta a períodos históricos imemoriais, registrando-se o uso do ópio (Figura 1) e da cannabis (Figura 2) há aproximadamente de 3000 a.C1. A categorização em drogas lícitas e ilícitas, porém, consiste num evento relativamente recente.
Figura 1. Ópio
Figura 2. Cannabis
Fonte: Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/drogas/opio-7.php
Fonte: Disponível em:http://quiprona.wordpress.com/2010/07/07/uso-medicinal-de-cannabis-no-reino-unido/. Acesso em: 05 abr 2011.
E os vendedores de drogas lícitas e defensores de “uma sociedade livre de drogas” compartilham um interesse convergente: convencer os fumantes (de tabaco) e os bebedores (de álcool) de que o consumo de tais substâncias são coisas diversas de fazer uso de drogas2 como se houvesse nessa diferenciação alguma significação farmacológica.
A cocaína fumável ficou em 22%, o que representa que um em cada cinco usuários tornou-se usuário crônico. O álcool ficou com 17,1%; a cocaína em pó, 16,6%; e a maconha, 13,7%.1 Nada mais adequado do que iniciar citando Nietzsche (1978 – Genealogia da moral, Primeira Dissertação §2º)3
Ao mapear a origem histórica da definição de bom e mau, o filósofo muito amado e detestado, ao criticar as análises a-históricas da moral, revela o que ocorreu com as ações não-egoístas.
Primordialmente as ações não egoístas foram elogiadas e concebidas como boas por aqueles aos quais eram feitas, aqueles aos quais eram úteis; mais tarde foi levado ao esquecimento essa origem do louvor, e as ações não egoístas, pela simples razão de terem sido frequentemente tidas como boas, foram ainda percebidas como boas – como se em si fossem algo bom.
Observa-se nesta