A Justiça Popular em Michel Foucault
2011
A PRIMAVERA ÁRABE – SOBRE A IDEIA DE LIBERDADE E A
LEGITIMIDADE DAS REVOLUÇÕES POR UM ESTADO
REPUBLICANO.
Resumo
Este artigo buscar contribuir com uma abordagem filosófica para um fenômeno social conhecido como
“A Primavera Árabe” – os levantes populares revolucionários contra regimes autocráticos e ditatoriais que há décadas tem governado grande parte das nações árabes. Sob a luz do pensamento de Hegel e
Rousseau, propõe-se evidenciar um processo que se inicia com a tomada de consciência de um povo do seu direito fundamental à liberdade, para se galgar a efetiva realização desta liberdade no mundo concreto. Além disso, o texto explora possíveis fundamentações éticas, políticas e filosóficas para as revoluções populares por um Estado republicano, isto é, a luta de movimentos sociais (pacíficos ou armados) pelo fim de regimes despóticos e início da soberania popular.
Palavras-chave: Revolução; liberdade; democracia; Hegel; Rousseau.
Introdução
Desde o início de 2011, o mundo vem sendo sacudido por uma mobilização social que impressiona por sua força e produz consequências drásticas e, até certo ponto, imprevisíveis. vendedor que
teve
Na Tunísia, o ato de auto-imolação e a morte de um jovem suas mercadorias
confiscadas
pela
polícia
local
desencadearam uma série de protestos que culminou no fim do governo de 23 anos do ditador Zine El Abidine Ben Ali. O fim do regime militar na Tunísia, por meio de uma revolta popular, gerou um efeito-dominó de proporções inimagináveis por todo o mundo árabe. Em seguida ao levante na Tunísia, foram necessários apenas 18 dias para que jovens egípcios conseguissem reunir dezenas de milhares de pessoas em protestos pacíficos na Praça Tahrir, no Cairo, e derrubar o governo ditatorial de Hosni Mubarak.
Além da onda de protestos pacíficos em diversos países do chamado Mundo Árabe, tais como na Jordânia e Arábia Saudita, atualmente,