a invenção do cotidiano
A Invenção do Cotidiano é um livro escrito por Michel de Certeau que examina as maneiras em que as pessoas individualizam a cultura de massa, alterando coisas desde objetos utilitários até planejamentos urbanos e rituais, leis e linguagem, de forma a apropriá-los.
Capítulo Introdutório
A Invenção do Cotidiano começa destacando que, apesar de as ciências sociais possuírem a capacidade de estudar as tradições, linguagem, símbolos, arte e artigos de troca que compõe uma cultura, lhe faltam formalismos para examinar as maneiras como as pessoas se reapropriam destas coisas em situações cotidianas.
Certeau argumenta que esta é uma omissão perigosa, pois na atividade do re-uso encontra-se uma abundância de oportunidades para pessoas comuns subverterem os rituais e representações que as instituições buscam impor sobre eles.
Sem um claro entendimento deste tipo de atividade, as ciências sociais se limitam a criar nada mais do que um retrato das pessoas que são não-artistas (significando não-criadores e não-produtores), passivos e fortemente sujeitos à cultura recebida. De fato, este mal-entendido nasce do termo "consumidor". Ao invés de "consumidor", a palavra "usuário" é oferecida no livro, e o conceito de "consumo" é expandido através da frase "procedimentos de consumo" que eventualmente se transforma em "táticas de consumo".
No livro, a vida comum é retratada com uma luta subconsciente e constante contra as instituições que competem para assimilar o homem comum do dia-a-dia [pessoa]. A principal meta do livro é compilar um vocabulário de conceitos, questões e perspectivas que tornariam possível a discussão formal das atividades "táticas" do dia-a-dia que se escondem atrás da máscara da conformidade.
Os Conceitos-Chave
Certeau define dois tipos de comportamento: o estratégico e o tático. Ele retira estes termos do seu contexto militar e lhes atribui novos significados. Ele descreve as instituições em geral como "estratégicas" e as