A integração nacional nas publicidades do governo médici
Raphael Oliveira
“palavra lê, paisagem contempla cinema assiste, cena vê, cor enxerga (...) imagem fita, olho olha”
Imagem – Arnaldo Antunes
“Palavras não são más. Palavras não são quentes
Palavras são iguais sendo diferentes.
Palavras não são frias, palavras não são boas”.
Palavras - Titãs
“Uma imagem vale mais do que mil palavras”. Apesar de o conhecido provérbio ser parte da cultura popular brasileira no século XX, o uso – e o poder – da palavra permaneceram hegemônicos na propaganda e na publicidade até mais da metade do período. O produto a ser vendido necessitava apresentar um convencimento que as agências só acreditavam ser conseguido por meio de um bom discurso que fizesse com que o potencial consumidor se sentisse identificado com o mesmo pela via das palavras. E assim, o texto tomava grande parte do espaço de um anúncio. A imagem ocupava lugar meramente ilustrativo.[1] Se, por exemplo, veiculava-se que uma cidade como o Rio de Janeiro tinha paisagens bonitas, colocava-se uma foto da cidade, com o Cristo Redentor ao fundo; tratava-se de um anúncio de leite , evidentemente, a imagem seria a de uma caixa de leite... Ou não?[2] A partir dos anos 50, a imagem passou a ganhar destaque na propaganda e na publicidade brasileira e, então, tornou-se portadora de novos significados que não aqueles referentes ao texto. Essa revolução ocasionou uma troca: a imagem passou a ganhar mais destaque que o texto; passou a ser o recurso pelo qual o anúncio tentaria fascinar o consumidor. A imagem traria a fascinação da propaganda e da publicidade.[3] Trata-se de diferentes questões sobre a imagem e seu estudo, tendo em vista ser este o ponto – junto com as temáticas – em que a propaganda política da AERP, dita ufanista, no Governo Médici[4] se pautou em suas peças e que foi apropriada pela publicidade. No aspecto da produção, podemos lembrar “o homem por trás da