A INTEGRAÇÃO DO NEGRO NA SOCIEDADE DE CLASSES, Florestan Fernandes
Florestan Fernandes
No livro A Integração do Negro na Sociedade de Classes, o autor Florestan Fernandes faz uma análise sobre a questão da racionalidade no Brasil, com a adaptação do negro na sociedade brasileira do trabalho livre, logo após a abolição da escravatura. Florestan escolhe a cidade de São Paulo como local para observação de sua pesquisa, já que se tratava de um grande centro urbano, dominado pela classe média. A grande dificuldade vivida pelo negro nessa sociedade era o modelo capitalista e o individualismo gerado pelo liberalismo econômico criado pelas novas relações de produção que também geravam grande competitividade. Essa grande mudança que ocorria no estado de São Paulo impedia que o negro se inserisse na vida urbana da sociedade paulista, pois essa mudança gerou privilégios apenas para uma parte da sociedade: a elite branca. Com a abolição da escravatura, quase não lançou mudanças significantes, já que mesmo o negro estando livre não foi integrado a vida social do país. Ele estava à deriva numa sociedade elitista branca, sem a menor chance de progresso, ou seja, mesmo sendo livre era como se não fossem cidadãos, já que não participavam efetivamente da sociedade e nem gozavam dos direitos civis e políticos de uma sociedade dita “democrática”. Florestan Fernandes expõe que não haveria como o negro ser reintegrado a sociedade, pois este sofreu um sistema de exclusão tão forte que a única “saída” para o negro seria aceitar essa ordem social em vigor.