A instalação da Ciência Psicológica
Revista de Psicologia da UnC, vol. 1, n. 2, p. 82-93. www.nead.uncnet.br/revista/psicologia
82.
Marcel de Almeida Freitas
Resumo
Este artigo pretende percorrer rapidamente os primórdios da instauração da Psicologia enquanto ciência, destacando seu caráter fisicista e monocausal na abordagem das questões do ser humano e como esta perspectiva foi alterada pela mudança paradigmática do século XX e pela emergência de estudos críticos sobre a História da Psicologia. Tais mudanças trouxeram, entre outras coisas, o diálogo da Psicologia com a Antropologia, Sociologia, Economia, Política,
Lingüística entre outros campos de conhecimento. Visões sistêmicas e culturalistas de certa forma quebraram o rígido biologismo da Psicologia científica, e um exemplo atual disto é a
Psicologia da Educação.
Palavras-chave: História, Ciência, Psicologia.
Tendo em vista o objetivo de sumamente transitar pela História do conhecimento psicológico científico, este texto principia com o psicólogo clínico Orestes Diniz Neto (1998), que faz um interessante apanhado do nascimento do pensar psicológico científico num artigo que muito nos ajuda a refletir sobre o aparecimento da Psicologia no Ocidente enquanto ciência.
Portanto, após rápido percurso sobre os primórdios da instauração da Psicologia enquanto legítima ciência, faremos alusão ao processo de reflexão sobre a História da Psicologia e sobre algumas correntes de vanguarda, como por exemplo, a Psicologia da Educação, que vieram mostrar outras maneiras, métodos e paradigmas na Psicologia presentemente.
A Instauração da Ciência Psicológica Diniz Neto (1998) realiza uma crítica ao olhar mecanicista do ser humano, que impera em muitas áreas da Psicologia, e que é derivativa do paradigma newtoniano-cartesiano de ciência que marcou a instauração das ciências. Sendo seu foco a
Psicoterapia, ele percebe que o quadro atual de