A inovação em tempos de globalização
A aceleração histórica que vivenciamos tem a inovação técnica como um conjunto de dispositivos impulsionadores das organizações territoriais. A inovação faz parte do dia-a-dia das sociedades e, em particular, das empresas, por meio de mudanças nos processos produtivos e nos modelos dos produtos que inserem o progresso tecnológico. Tem-se, assim, uma verdadeira difusão da inovação, ancorando-se em mudanças tecnológicas nos sistemas produtivos e no desenvolvimento e ordenação dos territórios, por meio de novos espaços de inovação (espontâneos e planejados), além de implicações territoriais decorrentes da inovação. Mas o que tornou as inovações um temário importante, ou uma questão preeminente desta atualidade? Há quem diga que as inovações atuais, neste período das novas tecnologias aliadas às telecomunicações e à informática, alteram significativamente as estruturas sociais, modificando os modos de se produzir, circular, distribuir e consumir bens, serviços e idéias, por exemplo, na organização espacial. Ou ainda, que os territórios e as sociedades atuais estão sendo reorganizados de maneira essencial por intermédio de processos tecno-espaciais. A nosso ver, esse é o conteúdo novo que faz suscitar outros questionamentos ou novas interpretações, dessa vez relacionados às inovações tecnológicas recentes, ao sistema produtivo e ao território, o que contribui para a emergência de uma geografia da inovação. Este texto desenvolve uma reflexão sobre a difusão de inovação tecnológica, identificando as dimensões política, econômica e socio-cultural das novas tecnologias nesta atualidade.
Estamos diante de um novo período, conforme diz Milton Santos (1994), que pode ser denominado de técnico-científico-informacional, um novo período em que a modernidade se fundamenta pelo discurso, por isso "tanto o fazer a geografia, quanto o falar sobre ela estão irremediavelmente associados à ordem do mundo" (Gomes, 1996,