A Influência do Desenvolvimento Motor na Aprendizagem
Existem teorias que salientam de tal modo à importância do movimento para a criança que admitem que as dificuldades de aprendizagem são o resultado de um desajustamento com o espaço que as envolve (Neto e col., 1989, citados por Silva e Marques, 2001).
Segundo os mesmos autores, o movimento é um meio de ensino-aprendizagem particularmente relevante em crianças com dificuldades de aprendizagem. Com base nas múltiplas relações da motricidade com a inteligência, realçam que a atividade lúdico-motora facilita a aquisição das noções simbólicas fundamentais para as aprendizagens escolares, destacando que o movimento promove a espontaneidade, a imaginação e o pensamento criativo, constituindo-se numa experiência multi-sensorial de aprendizagem.
Para Matos (1991, citada por Silva e Marques, 2001) a dimensão cognitiva, na qual as aprendizagens escolares apostam fortemente, não é só um acidente ou um "dom", mas também é resultante da atividade motora exploratória, criativa e social que então satisfaz por um lado as necessidades de maturação orgânica e por outro permite a regulação das funções psicofisiológicas, traduzidas na prática pelo desenvolvimento e pelo crescimento.
Assim, a atividade motora parece associada às representações mentais, ou seja, regula o aparecimento e o desenvolvimento dos processos cognitivos (Piaget, 1977; Wallon, 1970; Fonseca, 1984, 1994, citados por Silva e Marques, 2001).
Alguns autores (Cuenca e Rodao, 1994) referem que atualmente não há dúvidas de que um bom desenvolvimento psicomotor durante a infância é a base de uma aprendizagem adequada e que o grau de desenvolvimento psicomotor nos primeiros anos de vida vai continuar, em grande parte, durante toda a sua vida.
A motricidade, segundo os mesmos autores, influi de forma notável no psiquismo do indivíduo, ao ponto do processo intelectual depender da maturidade do sistema nervoso. Isto significa que existe uma estreita influência