A influência da cultura Sul-Africana na música Brasileira
Amantes da música, que levaram às práticas religiosas, introduziram em nossa cultura o tambor e aquele alongado, em oposição ao tambor banto, que mais se assemelha a uma barrica, os agogôs, os afofiés e os atabaques.
Os Bantos, grupo étnico africano que habitam a região da África ao sul do Deserto do Saara, estabeleceram-se, preferencialmente, em Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Valiam-se da língua Quimbundo. Possuíam também cultos, celebrados ritualisticamente, obedecendo a uma hierarquia religiosa, deixando-nos instrumentos até hoje conhecidos na música popular brasileira e nas atividades folclóricas, como o tambor tipo barrica, o jongo, o berimbau e a cuíca. E na música, deixaram-nos um legado inseparável da cultura brasileira: o samba.
A influência do canto coletivo africano é clara na música Soul iniciada na cultura norte-americana, posteriormente trazida para o Brasil, onde o jogo de “perguntas e respostas” entre o cantor solista e o coro fica evidente. Esta influência se estendeu também à música das igrejas cristãs reformadas, a partir daí, para a música de diversas denominações de igrejas cristãs da atualidade, em estilos da chamada “música gospel”.
No Brasil, existe a denominação etnográfica “Vissungo” para o canto responsorial praticado por escravos de origem africana que trabalhavam nas lavras de diamantes e ouro do estado de Minas Gerais. Essa música era entoada raramente em português, prevalecendo o uso de idiomas africanos de origem angolana, país vizinho da África do Sul.
“Todas as músicas têm influência nos ritmos de origem afro-brasileira, como jongo, samba, maracatu e afoxé. Alguns outros ritmos do meu CD foram criados da mistura destes, sempre tendo como referência o violão. As letras falam da trajetória do negro no Brasil, suas religiões e santos, sua cultura e costumes, a comida, a luta e a alegria – o que fez o Brasil se tornar o que é hoje, um país multicolorido,