a influencia da lingua tupi
A língua portuguesa ganhou um colorido especial por causa do contacto com o tupi e se distanciou muito do português falado em Portugal. O tupi também sofreu influência do português e as palavras se tornaram mais simples, desaparecendo muitos sons guturais e nasais. A língua de contato entre o colonizador e os povos indígenas do litoral é o tupi mais precisamente o dialeto tupinambá.
Os jesuítas estudam a língua, traduzem orações cristãs para a catequese e ela se estabelece como língua geral, ao lado do português. Na metade do século XVIII (1757), o tupi tem sua utilização e o ensino proibidos pelo Marquês de Pombal. Nessa época, o português se fortalece com a chegada de grande número de pessoas de Portugal. Com a expulsão dos jesuítas do país (1759), o português fixa-se definitivamente como o idioma do Brasil.
Estudar a língua do índio é muito significativo para quem quiser conhecer a verdadeira história do Brasil. Nossa elite, nossa sociedade moderna e culta, infelizmente não lhe dá valor e coloca a língua tupi no rol das coisas inúteis, incompreensíveis e enigmáticas. Esqueceram uma língua comprovadamente rica e bela pelos seus cultores do passado. Uma língua que nem sequer desapareceu, ainda é uma língua viva no Brasil, falada em algumas regiões da Amazônia e desconhecida nas escolas públicas, exceto em algumas universidades em cursos específicos. O Padre José de Anchieta teve esta preocupação, escreveu "Arte de Gramática da Língua mais falada na costa do Brasil".
Herança tupi
Da língua indígena, o português incorpora principalmente palavras referentes à flora (abacaxi, buriti, carnaúba, mandacaru, mandioca, sapé, taquara, peroba, imbuia, jacarandá, ipê, cipó, pitanga, maracujá, jabuticaba, caju), à fauna (capivara, quati, tatu, sagüi, caninana, sucuri, piranha, araponga, urubu, curió, sabiá), a nomes geográficos (Aracaju, Guanabara, Tijuca, Niterói, Pindamonhangaba, Itapeva) e a nomes próprios (Jurandir,