A Indústria Cultural e a música: Influências da música no comportamento social de crianças e adolescentes.
O musicólogo e filósofo Theodor W. Adorno participou de um programa de pesquisas sobre os efeitos culturais dos programas musicais no rádio “Princeton Office of Radio Research”, uma das primeiras instituições permanentes de análise dos meios de comunicação. O programa objetivava popularizar a música clássica e ao mesmo tempo fazer de Damrosch o principal embaixador americano da compreensão e da apreciação musical, um dos problemas apontados por Adorno era que programas educacionais musicais abordavam temas os quais, pretendia-se criar o hábito nos estudantes de se dar a atenção aos temas, a tocá-los ou segui-los, como uma abordagem mais externa do que interna a música.
Para esse estudo, Adorno e Horkheimer criam o conceito de Indústria Cultural, ou seja, “Os produtos culturais são entendidos como produtos feitos para impedir a atividade mental do espectador, portanto são vistos como produtos alienantes - cultura da alienação”, (MATTELART & MATTELART (2006): Indústria cultural, Ideologia e poder. Pg. 77, Cap. IV).
A idéia principal era a de que, com a reprodutibilidade a obra de arte, perde sua AURA, seu caráter único, seu ar de raridade, assim:
“o modo industrial de produção da cultura corre o risco de padronização com fins de rentabilidade econômica e controle social”. (MATTELART & MATTELART (2006): Indústria cultural, Ideologia e poder. Pg. 79, Cap. IV).
Apesar do acento pessimista quanto aos efeitos da indústria cultural, particularmente em relação a musica, os autores frankfurtianos já citados consideram a possibilidade de transformação da semi-formação que eles creditam às práticas decorrentes de uma racionalidade econômica, instrumental em formação: “o mal não deriva da racionalização do nosso mundo, mas da irracionalidade com que essa racionalização atua”. (Horkheimer e Adorno, in Sujeito & o Objeto, Fonseca e Braga, 2010, artigo.