A industrialização retardatária
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A Industrialização Retardatária A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) influenciou a criação de condições favoráveis para uma certa evolução do processo de industrialização do Brasil. O bloqueio econômico no Atlântico dificultou as exportações e as importações. Houve também a suspensão da entrada de capitais estrangeiros. Assim, o mercado interno brasileiro ficou livre para a iniciativa nacional – quase sem a concorrência dos produtos importados. Com a escassez, os preços subiram. E a demanda do mercado interno impulsionou um surto próprio de industrialização no país. A indústria mostrava-se uma atividade econômica promissora. Como a exportação também estava dificultada, operou-se relativa transferência de recursos financeiros, do setor agroexportador para o setor urbano-industrial. As dificuldades de importação levaram também um número crescente de comerciantes a direcionarem parte de suas disponibilidades financeiras para atividades industriais, com vistas ao atendimento da demanda interna. É certo que na segunda metade do século XIX, durante o Império e no início da República, surgiram alguns núcleos industriais no país, devido às circunstâncias e impulsos intermitentes. No entanto, o processo de industrialização no Brasil, sem solução de continuidade e com crescente aceleração, e que pôs fim à quase exclusividade da economia agroexportadora, iniciou-se apenas a partir do primeiro conflito mundial. O bloqueio econômico internacional provocado pela guerra, dificultando a importação de produtos industrializados, e a crise do café, colocaram a economia brasileira diante de uma única alternativa: começar a se voltar para o mercado interno. Assim, o centro dinâmico da economia brasileira começou a se deslocar-se. De uma economia eminentemente agrária e orientada para o exterior, o país passava a transferir, progressivamente, seu eixo econômico mais dinâmico em direção ao mercado interno, cada vez maior e mais firme, fortalecendo o crescimento industrial e urbano. O