A incorporação da província da Amazônia
A independência do Brasil, a darmos crédito à generalidade dos que vêm estudando aquele momento decisivo da formação nacional, foi alcançada sem as dificuldades que marcaram o episódio equivalente na América inglesa e na América espanhola, num verdadeiro entendimento amistoso entre portugueses e brasileiros, espécie de maior idade alcançada e aceita sem restrições de vulto pelos que haviam criado a nação em três séculos de colonização intensiva.
As forças econômico-financeiras do país, às vésperas do Sete de Setembro, estavam quase inteiramente em mãos do elemento reinol . Essas forças, por todos os meios, procuraram defender os interesses da mãe pátria, inclusive proporcionando os meios necessários à reação militar que veio a furo em várias províncias, como a Cisplatina, a Bahia, o Piauí, o maranhão e a Amazônia. Reação, no final de contas, que exigiu ações de guerra, cuja história pormenorizada não se fez ainda, do que vêm resultando, grosso modo, as afirmações apressadas, da independência obtida, suavemente, por acordo entre as partes litigantes.
Na Amazônia, a reação apresentou seus aspectos memoráveis. E determinou o aparecimento de resistências, que revelaram o estado de consciência cívica que dominava aquela grande área social do Brasil e constituem um dos vários sucessos que nos levam a discordar dos historiadores que entendem a independência sob aquele prisma simplista.
É preciso, inicialmente, recordar que a incorporação do extremo-norte do Brasil à comunhão imperial lusitana constituiu um dos episódios distintos na história da formação brasileira.
Parte integrante, pelo ajuste tordesilhano, da soberania espanhola, a Amazônia foi conquistada pelo esforço de sertanistas, militares, funcionários do estado, religiosos, colonos, pelo desenvolvimento de um amplo programa imperial, que os homens do governo português estudaram e realizaram com uma constância memorável. Assim, antes de ser uma empresa efetuada